Nesse ano desmarquei a hora pra colocar unha de fibra 5 vezes. Comecei a me perguntar porque eu estaria fazendo isso. E o que descobri foi que acho muito bonito quando vejo aquelas unhas enormes, perfeitas, lindas. Então, por que não fazer? Pelo simples fato de fazer, porque os outros estão fazendo. Se está bonito nos outros vai ficar em mim também. Certamente. Só que não gosto de seguir padrões. “Eu sou o meu padrão”.
Na verdade penso que não dou conta dessas unhas postiças: adaptação, cuidados e manutenção. Acho exaustivo.
Prefiro gastar meu tempo livre com leitura, escrita, um banho demorado, cozinhar receitas novas, tempo na agenda pra fazer” nada”. Isso me faz feliz.
E está tudo bem se você está do outro lado, e escolheu “dar conta” disso.
Não quero aqui levantar a bandeira de que se cuidar, ir ao salão está errado. Mas na verdade tem sido um desafio , me enquadrar nessa tribo que não é a minha.De mulheres montadas e prontas. Aparência de “acordei bela”. Na verdade isso não existe. Somos mulheres reais, e mulher real tem olheiras, acorda descabelada , inchada, às vezes não quer se arrumar , e está tudo bem, em não estar bem. Permitir-se desmontar.
Descobri que a unanimidade é cansativa.
No início do ano fiquei 11 horas no cabeleireiro pra fazer “luzes.O cabelo não clareava. No final ficou super ressecado, fiquei meses tratando o fio, tive que comprar vários produtos pra hidratar e além disso não gostei do tom. E ainda Estou pensando em fazer novamente. Acredita? Por que as vezes insistimos nas coisas que não queremos ou que já testamos e não deram certo? Já parou pra pensar? Será que não queremos mesmo? Mas se há sofrimento e dor, pra mim não vale a pena.E a depilação , meu Deus! O que é aquilo? Penso que é o inferno na terra, mas já vi mulheres dormindo durante o procedimento.
A verdade é que no jogo da vida cada mulher enxerga essas “necessidades” de uma forma: Umas “sofrem “, algumas “dormem”, outras preferem não “pagar preço”. Precisamos somente decidir em qual time jogar.
Quando estou em dúvida sobre alguma coisa costumo fazer um exercício chamado “ Perdas e Ganhos” mas e quando a perda é maior, e mesmo assim insistimos na decisão?
Não sei como será amanhã. Mas hoje decidi entrar no time “do contra” e pagar o preço da simplicidade. Da leveza. Do natural. Do comum. De ser eu mesma. De ser mulher real.
Texto: Cristina Weller
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